Em Loriga, o povo manifestou, sempre, os seus dotes artísticos das mais diversas formas. Raro era o dia em que não se ouvia alguém cantar nos campos, acompanhando as variadas tarefas. Havia cantigas apropriadas para todas as ocasiões.Quando chegavam as datas festivas, era ver os ranchos de moços e moças que se deslocavam a pé, sempre alegres, cantando as “loas” aos respectivos santos. Às vezes a viagem era bem longa! Mas…nem isso esmorecia o entusiasmo, daquela gente que, após uma semana de trabalho árduo, só pensava em divertir-se, numa qualquer romaria das redondezas.Em Loriga a música é quase tão importante como o ar que se respira. Mesmo nos tempos difíceis, foi sempre terra de gente alegre. Quantas tertúlias não terão começado nas barbearias onde se cantava o Fado de Coimbra e nalguns “balcões” quando as noites de verão eram aprazíveis, Na Quaresma era a “Ementa das Almas”. Todos os Sábados, altas horas, éramos acordados, por aquelas vozes que vibravam no silêncio da noite. Às vezes até sentíamos arrepios!

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